A CTA recebeu hoje, 23 de Julho, o Alto Comissário do Quénia em Moçambique, Philip Mundia Githiora, com o objectivo de fortalecer os laços entre os sectores privados dos dois países.
Durante o encontro, as partes identificaram diversas áreas de interesse comum e com forte potencial para investimento e cooperação, incluindo: agricultura e agro-processamento, energias renováveis, indústria transformadora, logística integrada, turismo sustentável e economia digital.
O Presidente da CTA, Alváro Massingue, destacou que esses sectores podem tornar-se pilares de uma nova arquitectura de cooperação sul-sul, focada na adição de valor e na integração nas cadeias de valor regionais e continentais, especialmente considerando as oportunidades oferecidas pela Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA).
O Alto Comissário destacou a necessidade de dar seguimento às intenções manifestadas durante a missão empresarial moçambicana ao Quénia, realizada em anos anteriores. Apresentou uma lista de empresários quenianos interessados em investir em Moçambique.
Com o objectivo de facilitar a troca de informações sobre oportunidades de negócios e parcerias, Álvaro Massingue propôs a realização de um Fórum de Negócios Moçambique-Quénia, bem como a assinatura de um Memorando de Entendimento entre a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) e a Câmara Nacional do Comércio e Indústria do Quénia (KNCCI).
Relações comerciais
Nos últimos anos, as trocas comerciais entre Moçambique e Quénia tem registado um crescimento gradual, tendo, em 2024, o volume de comércio atingido cerca de 24 milhões de dólares norte-americanos – com 14,2 milhões de dólares em importações do Quénia e 9,7 milhões em exportações moçambicanas.
Esses números, embora ainda modestos, demonstram um potencial promissor e um caminho aberto para o aprofundamento da cooperação económica.
Moçambique oferece vantagens estratégicas, como recursos naturais abundantes, crescente capacidade energética, vastas áreas agrícolas, estabilidade macroeconómica crescente e uma localização privilegiada com acesso aos principais corredores logísticos da África Austral.
O Quénia, por sua vez, é uma referência continental em agro-indústria, inovação tecnológica, serviços financeiros digitais e empreendedorismo jovem.
Neste contexto, o Presidente da CTA considera que os dois países têm perfis económicos complementares, que, bem aproveitados, podem gerar parcerias transformadoras e mutuamente vantajosas.