CONFEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES ECONÓMICAS DE MOÇAMBIQUE

CONFEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES ECONÓMICAS DE MOÇAMBIQUE

DESEMPENHO DAS EMPRESAS ESTAGNOU ENTRE O III E O IV TRIMESTRE DE 2022

DESEMPENHO DAS EMPRESAS ESTAGNOU ENTRE O III E O IV TRIMESTRE DE 2022

O desempenho das empresas nacionais registou estagnação no IV Trimestre de 2022, tendo o Índice de Robustez Empresarial (IRE) se fixado em 29%, o mesmo observado no III Trimestre, segundo indica o Relatório do IRE da CTA, apresentado hoje no XI edição do Economic Briefing.

De acordo com a X edição do Relatório do IRE, houve vários factores que contribuíram para esta estagnação, sendo de destacar o impacto da deterioração em 3 pontos percentuais do índice do ambiente macroeconómico, de 50% para 47%, entre o III e o IV Trimestres, o que se reflectiu no aumento de custos de produção e nos encargos com a banca na sequência da decisão do Banco Central de aumentar os coeficientes de reserva obrigatória, tanto para passivos em moeda estrangeira como nacional.

No que diz respeito ao índice de emprego, no IV Trimestre de 2022 continuou a denotar-se as fragilidades do mercado de trabalho, situando-se em 108,55%, com maior preferência para empregos temporários e em tempo parcial. Esta situação foi reconhecida no recente relatório do Banco Mundial, que mostra que, enquanto o país regista cerca de meio milhão de pessoas a entrar na força do trabalho, do lado da oferta, há apenas 25 mil vagas.

Face às características do que foi o último quarto de 2022, prevê-se boas perspectivas para este I Trimestre de 2023, baseado em previsões de um melhoramento do ambiente macroeconómico, induzido pela aceleração da actividade empresarial, principalmente no sector de hotelaria e restauração, indústria cultural e recreativa, e o prosseguimento da estabilidade cambial, facto que poderia amortecer a subida dos preços das importações.

Entretanto, as calamidades naturais, na sequência das fortes chuvas, provocadas em parte pelo ciclone Freddy, estão a afectar a oferta de produtos alimentares, levando a pressões inflacionárias, que em Fevereiro ficou a dois dígitos.
A destruição de infraestruturas rodoviárias, sociais e económicas que tem vindo a ser reportada tem afectado os níveis de produção, com a paralisação de algumas unidades económicas, o que incidirá negativamente na tesouraria das empresas, afectando a sua capacidade de cumprir com as suas responsabilidades fiscais e com a massa laboral.

Sobre este aspecto, CTA espera que as medidas anunciadas pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, na sua última Comunicação à Nação, com destaque para a extensão do Gabinete de Reconstrução Pós-ciclones, para a província da Zambézia, venham trazer resultados positivos no apoio ao sector empresarial afectado.
Igualmente, encoraja o anúncio de que já há financiamento garantido para as obras de reabilitação da EN1, o que vai permitir ganhos consideráveis na rede da logística de transporte rodoviário, e não só.

“Estes são os sinais que a conjuntura interna e internacional nos remetem. O ano está cheio de desafios, riscos, mas também oportunidades por explorar, pelo que convido a todos, para em conjunto aprofundarmos a discussão em torno destes e outros desafios, como é o caso das reformas necessárias para a retirada de Moçambique da Lista Cinzenta, consolidando os ganhos que estamos a registar que ao nível de metas estão agora a cima de 50%”, frisou o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, na abertura da XI edição do Economic Briefing.

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