Após a crise económica e financeira que se abateu a Moçambique, o sector do petróleo e gás foi visto como sendo o que, rapidamente, poderia ajudar o País a sair da situação na qual se encontrava. Diversos cenários foram traçados, incluindo alguns apresentados pelo Governo em Novembro de 2016, aos credores internacionais em Londres, Inglaterra, no contexto da busca de reestruturação da dívida pública. Passado algum, sempre têm-se colocadas questões sobre o ponto de situação de diversos projectos ou contratos (Área 1, 4, Yara, Shell, Total, GL Energy, Sasol, Búzi, entre outros).
Falando o ponto de situação de alguns projectos, Chivambo Mamadhussen, empresário do sector do petróleo e gás e Presidente do Pelouro de Política de Recursos Minerais, Hidrocarbonetos e Energia da CTA, disse que os projectos à jusante (downstream), como o da Shell Moçambique BV que vai produzir diesel, a Yara Mozambique que vai produzir fertilizantes e da GL Energy que vai produzir energia eléctrica, todos na base do gás natural, aguardam a assinatura dos respectivos memorandos de entendimento com o Governo de Moçambique. Referiu que, esta assinatura deveria ter acontecido até finais de Março deste ano, porém, tal não foi possível por razões que o Governo não apresentou.
Enquanto isso, a Total Moçambique vai começar com a campanha de drilling na Área 3/6 no final do segundo semestre deste ano e espera-se o concurso para soluções logísticas que deverá ser lançado em Abril corrente.
A nível da Área 1 onde está a ANADARKO, aguarda-se a aprovação do Plano de desenvolvimento pelo Governo de Moçambique. Está no bom caminho para os contractos de compra e venda do gás que o Governo do Japão pressionou o Executivo de Moçambique sobre os respectivos acordos na recente visita de Estado ao Japão.
Na Área 4, depois da entrada da Exxon Mobil, aguarda-se a confirmação oficial do valor das mais-valias. A expectativa para Decisão Final de Investimento (Final Investment Decision – FID) do Floating Liquified Natural Gas (FLNG) continua a ser ainda no primeiro semestre, tentativamente até Junho próximo.
Já no projecto de Búzi, operado por investidores da Indonésia, aguarda-se a confirmação das datas, ainda para este ano, para a continuidade do plano de perfuração.
Assim, em termos de expectativa, Chivambo Mamadhussen disse que em 2017, a Total Moçambique vai investir entre 50 a 60 milhões de dólares norte-americanos no plano de perfuração. A SASOL vai começar com a construção da planta de light oil e condensados no segundo semestre. A ANADARKO vai ter o Plano de Desenvolvimento (Plan of Development – PoD) aprovado e contratos de venda do gás confirmados, ainda este ano. A ENI anunciar o FID para o projecto do FLNG.
Em 2018, espera-se que aconteça o FID da ANADARKO para 2 comboios (Golfinho) do projecto do LNG onshore e o FID da ENI para 2 comboios (Mamba) projecto onshore. Espera-se, também, que a ENI recomece com os planos de perfuração.
Por agora, as empresas moçambicanas devem estar atentas aos concursos que estão em curso da ENI, ANADARKO e registarem-se na base de dados da AMEC Foster Wheeler que ganhou o contrato como fornecedora de engenharia, aquisições e construção (Engineering, Procurement and Construction – EPC) da SASOL.
O registo na base de dados destas companhias é muito importante para ter a oportunidade de um contrato no futuro. A CTA está a fazer o seu papel para apoiar, publicando informações através de fóruns e conferências que tem vindo a organizar mensalmente (exemplo Infragas, American Suplliers conference, entre outros).