CONFEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES ECONÓMICAS DE MOÇAMBIQUE

CONFEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES ECONÓMICAS DE MOÇAMBIQUE

Empresários preocupados com a falta de liquidez em moeda estrangeira

Empresários preocupados com a falta de liquidez em moeda estrangeira

 

 

 

A CTA – Confederação das Associações Económicas de Moçambique realizou esta quinta-feira, 7 de Julho, a reunião do Conselho Empresarial Nacional (CEN), um órgão de consulta que tem por missão assessorar o Conselho Directivo da CTA na tomada de decisões sobre matérias económicas com impacto nos negócios e no quadro das reformas em curso em Moçambique. No encontro, que contou com a presença do Ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, a classe empresarial manifestou a sua preocupação em relação à actual conjuntura económica nacional, mormente a depreciação do Metical perante as principais moedas de transação no mercado nacional e a escassez da moeda estrangeira, cenário que está a asfixiar as empresas moçambicanas.

A desvalorização da moeda nacional – o Metical – face ao Dolár norte-americano, a falta de liquidez em moeda estrangeira, a contração dos investimentos, em particular, os estrangeiros, são algumas das preocupações da classe empresarial moçambicana apontadas pelo Presidente da CTA, Rogério Manuel, durante a sua intervenção na abertura da reunião do CEN.
Estas preocupações foram secundadas pelos demais participantes, tendo Manuel Soares, administrador financeiro do BCI, demonstrado com números até que ponto a moeda externa, em particular o Dólar, escasseia no mercado nacional.
Fazendo uma análise comparativa entre o primeiro trimestre deste ano e o período homólogo de 2015, Soares revelou que nas transações entre os bancos comerciais e o público, o volume de compras reduziu em 548 milhões de dólares norte-americanos e o de vendas em 826 milhões.
“Ao analisarmos os valores acumulados até Maio deste ano, vê-se uma queda de 760,41 milhões de dólares no montante de compras dos bancos comerciais ao público, quando comparados com os valores do mesmo período de 2015”, elucidou Soares, para quem a economia nacional continua muito dolarizada, o que prejudica o sistema financeiro numa altura em que o Dólar está cada vez mais a ganhar pujança.
Soares disse que existem empresas que continuam a pagar salários em dólares e rendas de imóveis que continuam a ser cobradas em moeda externa. Esse dinheiro é levantado nas caixas dos bancos com declarações de viagem falsas, depois cambiado no mercado informal. Neste circuito, o dinheiro não volta ao sistema financeiro formal, o que agrava ainda mais a escassez no sistema financeiro nacional.
O ministro da Economia e Finanças realçou a necessidade de desdolarização da economia, devendo para isso serem aceleradas as reformas em curso, que incluem a reforma da Lei de Trabalho, entre outras.

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