COMUNICADO DE IMPRENSA
Falha da Rede SIMO resulta em prejuízos avultados para o Sector Privado
Desde 16 de Novembro de 2018, a Rede SIMO registou um apagão, limitando as transacções financeiras com recurso aos canais electrónicos, que diariamente registava uma média de 465 mil transacções a nível doméstico e 14 mil a nível externo, movimentando cerca de 600 milhões de Meticais.
Para se inteirar da situação, a CTA estabeleceu contactos com a Associação Moçambicana dos Bancos que informou sobre as possíveis soluções para o restabelecimento do sistema num prazo de 48 horas e com a SIMO que também informou sobre as opções de curto prazo.
A indisponibilidade dos meios eletrónicos de pagamento está a afectar o ambiente de negócios em particular os consumidores e as empresas que veem a sua facturação diária comprometida, estimando-se perdas em 90% para os grandes centros comerciais, 70% nos estabelecimentos hoteleiros e restaurantes e para o sistema bancário que depende da rede SIMO, o prejuízo diário estimado é de aproximadamente 5 milhões de Meticais.
Por conta desta situação, realizar pagamentos nestes dias acarreta custos de transação bastante elevados, associados aos custos e tempo para a ida às agências bancárias, tempo de espera e outros custos não quantificáveis como a quebra de confiança entre os clientes e os provedores de serviços, remuneração extra, afectando a credibilidade do sistema financeiro nacional além dos aspectos associados à segurança, o que mina os esforços de inclusão financeira.
Igualmente, as empresas tiveram de reprogramar as suas actividades, o que significou um acréscimo aos custos operacionais. Os bancos estenderam o período de funcionamento e todo retalho viu o seu volume de negócios a reduzir drasticamente com impacto nos seus fluxos de caixa. Outros custos estão associados, à redução da produtividade nas empresas, principalmente aquelas que registam o pico de procura no fim-de-semana.
Face a gravidade desta situação, estranhamos o silêncio do Órgão Regulador e outras entidades relevantes do Sistema Financeiro nacional.
A CTA, enquanto entidade de utilidade pública, que, no âmbito do Dialogo Público-Privado, advoga pela melhoria do ambiente de negócio, considera que esta situação contraria o esforço efectuado para modernização e expansão do sistema financeiro e a sua interligação com outras reformas, como é o caso da operacionalização da Janela Única Electrónica e do Sistema de Informação da Segurança Social de Moçambique (SISSMO), entre outros.
Igualmente, a CTA defende a observância dos princípios de Boa Governação Corporativa, no entanto, o apagão da rede SIMO impõe uma reflexão sobre o papel do Banco de Moçambique como órgão regulador e acionista maioritário da SIMO (51% da estrutura acionista).
Esta situação reforça a nossa convicção da necessidade de redução dos Activos Empresariais do Estado a favor do Sector Privado.
Neste contexto, o Sector Privado exige que se restabeleça a normalização do Sistema de Pagamentos para a retoma das transacções comerciais, o fluxo da actividade económica e a melhoria do ambiente de negócios.
A terminar, reiteramos a urgência de uma solução para este problema que pode minar os avanços registados pelo País no último relatório do Doing Business.
Pela Melhoria do Ambiente de Negócios!
