O papel da certificação no desempenho económico-financeiro das empresas tem se tornado um dos assuntos de maior destaque na economia empresarial moderna, sendo que as diversas abordagens que orientam os debates à volta desta matéria assentam em pespectivas teóricas e empíricas baseadas em estudos e evidências de vários países.
Neste âmbito, as principais hipóteses que têm sido discutidas na literatura, privilegiam a análise do efeito da certificação nas vendas, nos custos de produção e nos resultados financeiros das empresas (Benner & Veloso, 2008).
Entretanto, nota-se que pouco tem se discutido sobre o papel da certificação no melhoramento das condições de financiamento ao sector privado. Neste tópico, a principal questão de reflexão é porquê as empresas devem considerar o investimento na certificação como uma opção para melhorar o seu perfil de risco e melhorar a sua elegibilidade ao financiamento.
Este tema é particularmente importante para países em desenvolvimento como Moçambique, que possuem um tecido empresarial predominantemente constituído por Pequenas e Médias Empresas que, para além dos desafios estruturais e de gestão, ainda enfrentram enormes dificuldades para aceder ao financiamento.
Olhando para os dados de crédito à economia ao longo dos últimos 3 anos, ilustrados no gráfico 1, nota-se que, embora as taxas de juro de crédito tendem a reduzir desde Abril de 2017, o volume de crédito ao sector privado também apresenta uma tendência decrescente, o que mostra que os bancos continuam relutantes a conceder crédito às empresas.
Um dos aspectos que tem sido muitas vezes mencionado pelos bancos comerciais, como um entrave para a consessão de crédito, é a fraca organização das empresas e limitada capacidade de gestão dos projectos de investimento e dos processos produtivos, o que leva a incertezas sobre a capacidade das empresas em gerar lucros suficientes para o reemboso integral dos empréstimos.
Gráfico 1: Evolução do crédito a economia e das taxas de juros de crédito

Fonte: Banco de Moçambique
Neste contexto, a certificação figura como um elemento crucial, uma vez que uma empresa certificada tem a possibilidade de gerar mais lucros, conquistar novos mercados e tornar-se mais competitiva, tanto a nível doméstico assim como internacional.
Uma massa extensa da literatura oferece evidências que comprovam esta proposição, alguns exemplos são os trabalhos de Curkovic et al (2000), Venkatraman & Ramanujam (1986), Douglas et al (2003) e van der Wiele (2005), entre outros.
O trabalho de Nikolaos (2009) é um dos que melhor abordam este assunto, sendo que usando informações de 400 empresas Gregas (certificadas e não certifciadas) concluiu que, embora não exista uma ligação directa entre a certificação e a performance financeira das empresas, a certificação induz à melhoria dos processos internos que acaba se reflectindo no aumento da receita e no melhoramento da sua posição no mercado, o que, por fim, se reflecte no melhoramento da sua performance. Este resultado é também partilhado por Sharma (2005), que com base numa abordagem intuítiva, demostrou que uma empresa certificada pode penetrar em novos mercados e conquistar novos clientes (que exigem certificação como um requisito), podendo registar uma melhoria significativa nos seus resultados financeiros e operacionais, conforme ilustra a Figura 1.
Figura 1: Modelo de pesquisa do efeito da certificação na performance financeir

Portanto, conforme se pode notar, a certificação pode melhorar, significativamente, a performance das empresas, sendo, por isso, um instrumento crucial para a melhoria do perfil de risco, principalmente das PME’s. Pelo que, tendo em conta o desafio que as PME’s moçambicanas enfrentam para aceder ao financiamento, essencialmente, por conta da fraca capacidade de gestão e imperfeições operacionais no processo produtivo, a certificação pode ser uma solução viável para a minimização do problema, o que significa que as PME´s moçambicanas devem investir na certificação dos seus produtos para melhorar a sua alegibilidade ao financiamento bancário e/ou comercial.
Não obstante, nota-se que as PME´s moçambicanas enfretam também dificuldades financeiras para a abtenção das certificações, o que constitui um constragimento para a prossecução deste desiderato. Pelo que, urge a necessidade de criação de programas integrados de apoio que facilitam a obtenção de certificação pelas PME´s. É neste contexto que surge o projecto “PRONACER”, uma iniciativa da CTA, em parceria com o FAN, lançado, recentemente, com o objectivo de promover a certificação das empresas moçambicanas assegurando a cobertura de 50% do custo da certificação para além da formação e acompanhamento do processo.
Portanto, encoraja-se ao Governo, instituições de desenvolvimento e parceiros de cooperação a engajarem-se na criação de projectos desta natureza que visam promover a certificação das empresas moçambicanas, com especial enfoque para as PME´s.
O papel da certificação no desempenho económico-financeiro das empresas tem se tornado um dos assuntos de maior destaque na economia empresarial moderna, sendo que as diversas abordagens que orientam os debates à volta desta matéria assentam em pespectivas teóricas e empíricas baseadas em estudos e evidências de vários países.
Neste âmbito, as principais hipóteses que têm sido discutidas na literatura, privilegiam a análise do efeito da certificação nas vendas, nos custos de produção e nos resultados financeiros das empresas (Benner & Veloso, 2008).
Entretanto, nota-se que pouco tem se discutido sobre o papel da certificação no melhoramento das condições de financiamento ao sector privado. Neste tópico, a principal questão de reflexão é porquê as empresas devem considerar o investimento na certificação como uma opção para melhorar o seu perfil de risco e melhorar a sua elegibilidade ao financiamento.
Este tema é particularmente importante para países em desenvolvimento como Moçambique, que possuem um tecido empresarial predominantemente constituído por Pequenas e Médias Empresas que, para além dos desafios estruturais e de gestão, ainda enfrentram enormes dificuldades para aceder ao financiamento.
Olhando para os dados de crédito à economia ao longo dos últimos 3 anos, ilustrados no gráfico 1, nota-se que, embora as taxas de juro de crédito tendem a reduzir desde Abril de 2017, o volume de crédito ao sector privado também apresenta uma tendência decrescente, o que mostra que os bancos continuam relutantes a conceder crédito às empresas.
Um dos aspectos que tem sido muitas vezes mencionado pelos bancos comerciais, como um entrave para a consessão de crédito, é a fraca organização das empresas e limitada capacidade de gestão dos projectos de investimento e dos processos produtivos, o que leva a incertezas sobre a capacidade das empresas em gerar lucros suficientes para o reemboso integral dos empréstimos.
Neste contexto, a certificação figura como um elemento crucial, uma vez que uma empresa certificada tem a possibilidade de gerar mais lucros, conquistar novos mercados e tornar-se mais competitiva, tanto a nível doméstico assim como internacional.
Uma massa extensa da literatura oferece evidências que comprovam esta proposição, alguns exemplos são os trabalhos de Curkovic et al (2000), Venkatraman & Ramanujam (1986), Douglas et al (2003) e van der Wiele (2005), entre outros.
O trabalho de Nikolaos (2009) é um dos que melhor abordam este assunto, sendo que usando informações de 400 empresas Gregas (certificadas e não certifciadas) concluiu que, embora não exista uma ligação directa entre a certificação e a performance financeira das empresas, a certificação induz à melhoria dos processos internos que acaba se reflectindo no aumento da receita e no melhoramento da sua posição no mercado, o que, por fim, se reflecte no melhoramento da sua performance. Este resultado é também partilhado por Sharma (2005), que com base numa abordagem intuítiva, demostrou que uma empresa certificada pode penetrar em novos mercados e conquistar novos clientes (que exigem certificação como um requisito), podendo registar uma melhoria significativa nos seus resultados financeiros e operacionais, conforme ilustra a Figura 1.
Portanto, conforme se pode notar, a certificação pode melhorar, significativamente, a performance das empresas, sendo, por isso, um instrumento crucial para a melhoria do perfil de risco, principalmente das PME’s. Pelo que, tendo em conta o desafio que as PME’s moçambicanas enfrentam para aceder ao financiamento, essencialmente, por conta da fraca capacidade de gestão e imperfeições operacionais no processo produtivo, a certificação pode ser uma solução viável para a minimização do problema, o que significa que as PME´s moçambicanas devem investir na certificação dos seus produtos para melhorar a sua alegibilidade ao financiamento bancário e/ou comercial.
Não obstante, nota-se que as PME´s moçambicanas enfretam também dificuldades financeiras para a abtenção das certificações, o que constitui um constragimento para a prossecução deste desiderato. Pelo que, urge a necessidade de criação de programas integrados de apoio que facilitam a obtenção de certificação pelas PME´s. É neste contexto que surge o projecto “PRONACER”, uma iniciativa da CTA, em parceria com o FAN, lançado, recentemente, com o objectivo de promover a certificação das empresas moçambicanas assegurando a cobertura de 50% do custo da certificação para além da formação e acompanhamento do processo.
Portanto, encoraja-se ao Governo, instituições de desenvolvimento e parceiros de cooperação a engajarem-se na criação de projectos desta natureza que visam promover a certificação das empresas moçambicanas, com especial enfoque para as PME´s.
Por: Roque Magaia