No contexto internacional, os mercados financeiros foram influenciados pelos seguintes eventos (i) publicação de dados económicos que confirmaram que a economia americana continua numa fase de expansão, com destaque para o crescimento económico registado no III Trimestre de 2,1%, acima dos 1,9% esperados, num contexto em que o mercado de trabalho permanece sólido; (ii) avanços e recuos nas negociações entre as duas potências económicas com vista a alcançarem acordo antes que as novas tarifas dos EUA entrem em vigor em 15 de Dezembro próximo. Como corolário, apesar das flutuações que se assistiram ao longo da semana, as principais praças bolsistas tenderam a apresentar resultados positivos.
Mercadoria | Semana passada (USD) | Esta semana (USD) |
Barril de Petróleo Brent | 62.6 | 63.9 |
Gás Natural (mmbtu) | 2.58 | 2.49 |
Alumínio (ton) | 1,736.600 | 1,751.250 |
Carvão (ton) | 43.80 | 45.49 |
Nesta semana os preços das commodities energéticas e metais mantiveram uma trajectória ascendente. O barril do petróleo que se fixou nesta semana em média de 63,9 USD, representando uma valorização em 2,1% comparativamente a semana passada foi influenciado em alta pelo otimismo no início da semana em relação a um acordo comercial EUA-China e a expectativa de que a OPEP estenda a sua política de corte de produção até Junho de 2020, e em baixa pelo aumento de incerteza na parte final da semana nas negociações sobre questões comerciais após a administração norte americana ter assinado duas leis que condenam a actuação da China nas manifestações de Hong Kong e dados indicando aumento de produção nos EUA. Na mesma tendência, o alumínio e o carvão mineral valorizaram-se com os preços em média de 1.751,250 USD/Ton e 45,49 USD/Ton, respectivamente. No sentido oposto o gás natural contrariou a tendência de alta de preço que se observou ao longo do mês de Novembro corrente associado ao início do inverno no hemisfério norte, ao se fixar em média de 2,49 USD/Mmbtu nesta semana devido ao aumento da oferta de bens substitutos para efeitos de aquecimento principalmente no mercado americano.
Produto | Semana passada | Esta semana |
Trigo (USD/lb) | 515.10 | 530.25 |
Soja (USD/lb) | 904.95 | 886.25 |
Milho (USD/lb) | 378.550 | 377.417 |
Açúcar (USD/lb) | 12.73 | 12.80 |
Algodão (USD/lb) | 64.89 | 65.85 |
Arroz c/casca (USD/lb) | 12.14 | 12.28 |
No cômputo geral, os preços registaram um comportamento misto, tendo o trigo açúcar, algodão e arroz com casca registado incrementos comparativamente ao observado na semana passada impulsionados por condicionalismos à produção, de natureza diversa, e no sentido descendente estiveram os preços do milho e da soja influenciados pela volatilidade na negociação das questões comerciais.
A cotação do algodão foi pressionada pela redução das projeções de produção face as expectativas na presente campanha agrícola nos principais países produtores como os EUA; Paquistão, China e Turquia.
O preço do açúcar regista alguns ganhos influenciado pelo aumento da procura a nível internacional, num contexto de alguma volatilidade decorrente da valoração do açúcar exportado pelo Brasil devido a depreciação que o real apresenta face ao dólar.
A nível doméstico, nesta semana a excepcão da taxa de juro dos bilhetes de tesouro que prosseguiu com tendência de descida ao fixar-se em 12,53%, as restantes taxas de juro de referência não tiveram nenhuma alteração.
Taxas de juro | Semana passada | Esta semana |
Permuta de Liquidez | 12.75% | 12.75% |
Bilhetes de Tesouro (Média) | 12.56% | 12.53% |
Taxa d juro d política monetária MIMO | 12.75% | 12.75% |
Prime Rate | 18.00% | 18.00% |
Em relação as janelas de operações, dados desta semana apontam para uma diminuição do volume de operações à taxa Facilidade Permanente de Depósito (FPD) de uma média de 1.060,78 milhões de MT da semana passada para 271,4 milhões de MT nesta semana. A semelhança do que sucedeu na última semana, não há indicação da intervenção do Banco de Moçambique a nível da Janela de Cedência (FPC) na presente semana.
No que tange ao mercado cambial, não obstante o prosseguimento da relativa depreciação do Metical face as divisas de referência do mercado, que é explicado pelo desequilibro entre a procura de divisas para o pagamento da factura de importações principalmente de combustíveis e as receitas provenientes das exportações de carvão mineral e produtos agrícolas que registam algum declínio, nesta semana observou-se que o ritmo foi inferior ao da semana passada, tendo mesmo registado alguns ganhos face ao Euro. Todavia, importa ressaltar que a melhoria do rating do País pelas principais agências de notação financeira, ainda que esteja em níveis frágeis, abre perspectivas favoráveis em torno do acesso do País a mercados externos e melhora a percepção dos investidores.
Moeda | Banco Comerciais | Banco de Moçambique | ||
Semana passada | Esta semana | Semana passada | Esta semana | |
Euro | 70.61 | 70.51 | 70.51 | 70.45 |
USD | 63.78 | 64.00 | 63.71 | 63.99 |
ZAR | 4.33 | 4.34 | 4.33 | 4.34 |
Na análise comparada entre os quatro maiores bancos intervenientes do Mercado Cambial Interbancário, como é característico não há diferenças assinaláveis nas cotações registadas. Contudo, o Millennium BIM registou as cotações mais baixas em relação ao Euro e Rand, enquanto que o ABSA foi face ao Dólar americano. Por sua vez, o ABSA apresentou as cotações mais altas em relação ao Euro, o BCI face ao Dólar americano, enquanto que o Standard Bank foi para o Rand.
Quatro Maiores Bancos | ||||
Moeda | Banco com Câmbio Mais Alto | Banco com Câmbio Mais Baixo | ||
Euro | 70.52 | ABSA | 70.50 | BIM |
USD | 64.04 | BCI | 64.02 | ABSA |
ZAR | 4.35 | Standard Bank | 4.33 | BIM |
Por Samo Dique e Vanda Castelo