Confederação das Associações Económicas de Moçambique

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MEREC RESSENTE-SE DA ESCASSEZ DE DIVISAS E PODERÁ ENFRENTAR DIFICULDADES DE SATISFAZER A DEMANDA

No âmbito do trabalho de monitoria do desempenho das empresas, a CTA efectuou, hoje, uma visita à MEREC, fábrica de farinha e produtos de trigo em Moçambique. Do ramo de indústria transformadora, a MEREC ressente-se dos efeitos da escassez de divisas no mercado financeiro nacional e enfrenta dificuldades no processo de importação das matérias-primas diversas.

Segundo Gilberto Cossa, CEO da MEREC, a falta de disponibilidade de divisas no mercado está a dificultar a importação das matérias-primas e a não se tomar medidas urgentes, corre-se o risco de escassez de produtos durante a quadra-festiva.

“A continuar assim, nos próximos tempos podemos não conseguir satisfazer o mercado porque parte da nossa matéria-prima importamos e a nossa produção tem impacto na cesta básico”, advertiu Gilberto Cossa.

Entre as preocupações apresentadas pela MEREC, sobressai, a entrada massiva no mercado nacional de farinha de milho não fortificada, importação de massas alimentícias a preços abaixo de custo do mercado internacional, congestionamento dos camiões em frentes às suas fábricas (principalmente na Beira) o que dificulta a logística, dificuldades na exportação dos seus produtos devido a barreiras em alguns países da SADC. Igualmente, apontou, como preocupação, a falta de isenção do IVA nas massas e bolachas, sendo estes produtos básicos.

A MEREC possui fábricas nas cidades da Matola (província de Maputo), Beira (Sofala) e Nacala (Nampula), com capacidade total de produzir 2600 toneladas por dia.

A sua maior fábrica está na Beira, onde está concentrado o maior investimento porque facilita a exportação dos seus produtos para o Zimbabwe, Malawi e Zâmbia. Igualmente, exporta para a vizinha África do Sul.

Na zona Centro, a matéria-prima (milho) é de produção local, havendo alguns períodos de escassez que recorre à importação.

Na zona Sul, a fábrica está em processo de negociação com a Associação dos Produtores de Moamba para o fornecimento de milho, de modo a substituir parte da importação.
Actualmente, a MEREC possui 669 trabalhadores directos e está a apostar no investimento em tecnologia.

Em relação à preocupação sobre a escassez de divisas, a CTA reiterou a necessidade de se tomar medidas urgentes, que tempestivamente apresentou às autoridades, que passam por, a curto prazo, o Banco de Moçambique reavaliar a taxa de Reservas Obrigatórias, actualmente situada em 39,5%, para moeda estrangeira; Injecção, no mercado financeiro, de parte das Reservas Internacionais Líquidas altas, para que os bancos comerciais ganhem confiança e usem a sua posição cambial positiva para apoiar as empresas. E, como medida a médio e longo prazos, a CTA propõe a revisão do tipo de contrato celebrado entre o Governo de Moçambique e os actores no mercado internacional, porquanto claudica ao não canalizar benefícios diversos para a economia de Moçambique, estando refém de divisas que são geradas por Grandes Projectos no País.

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