No contexto internacional, os mercados financeiros foram influenciados pelos seguintes eventos: (i) Na sessão que marcou a despedida do seu Governador, Mario Draghi, o Banco Central Europeu manteve as taxas de juro directoras inalteradas e reafirmou a implementação de um novo pacote de estímulos; (ii) incerteza associado do Brexit decorrente do adiamento da saída que estava prevista para 31 de Outubro próximo na sequência da rejeição do Parlamento Britânico do calendário para a sua efectivação; (iii) prosseguimento da publicação de resultados financeiros das multinacionais referente ao III trimestre, que estão a superar as expectativas do mercado. Como corolário, as principais praças bolsistas apesar das flutuações fecharam a semana em alta.

Na presente semana, os preços das commodities energéticas e metais registaram um comportamento divergente. Se por um lado o barril do petróleo atingiu em média de 60,6 USD, representando uma valorização de 2,03 % comparativamente a semana passada, influenciado pela interrupção da produção de um oleoduto situado na região do Mar do Norte e redução das reservas dos EUA, por outro os restantes commodities registaram variações negativas face a semana passada. Com efeito o gás natural cotou-se em media 2,29 USD/Mmbtu, o alumínio continuo com a tendência descendente ao fixar-se em 1.725.5 USD/Ton, e o carvão mineral que se cifrou em média em 44,05 USD/Ton.

Os preços dos produtos agrícolas inverteram o desempenho positivo que vinham evidenciando nas ultimas semanas. Todavia importa referir que o trigo, a soja e o algodão mantem o sentido ascendente que vem registado. Em certa parte continuam impulsionados pelos progressos nas negociações das disputas comerciais entre EUA e China.
A nível doméstico, prossegue a tendência de descida da taxa de juro dos bilhetes de tesouro ao se fixar em 12,7%, em linha com as perspectivas de manutenção da estabilidade de preços. As restantes taxas de juro de referência não tiveram nenhuma alteração. A confirmar-se esta tendência de estabilidade dos preços a par da descida das taxas de juro das BT é de antever que na próxima reunião do Comité de Política Monetária reduza a taxa da MIMO.

Em relação as janelas de operações, dados desta semana indicam uma redução do volume de operações à taxa Facilidade Permanente de Depósito (FPD) de uma média de 1.828,4 milhões de MT da semana passada para 1.088,1 milhões de MT nesta semana. A nível da Janela de Cedência (FPC), nesta semana não há indicação de alguma intervenção do Banco de Moçambique.
No que tange ao mercado cambial, o Metical continuou com a tendência de depreciação face as principais moedas transacionadas no mercado.

Na análise comparada entre os quatro maiores bancos intervenientes do Mercado Cambial Interbancário, não obstante a relativa homogeneidade das cotações praticadas, ao Millennium BIM coube o registo das cotações mais baixas em relação a todas moedas de referência transacionadas no mercado, e do lado contrario esteve o Standard Bank .

Por Samo Dique e Vanda Castelo